Quando morremos, não levamos nada, nem bens, nem dívidas. Do jeito de chegamos, partimos. A  única diferença é que nascemos de mãos fechadas e ao morrer, abrimos as mãos literalmente e seguimos para um plano que dispensa todos os mimos que nos encantam enquanto nesta terra.  Por isso, nossa vida não pode ser contabilizada somente por cifras; nada melhor que se lembrem de nós  pelos exemplos que deixamos, conceitos,  delicadeza, ensinamentos e ações louváveis na esfera familiar e social.

O que mais deve confortar  aqueles que partem é saber  que  algo mais somou na trajetória, além de bens materiais.  É saber que sentimentos foram bem alimentados, que foram capazes de amar  e  ser amados, que se aconchegaram nos corações dos seus  e foram também cativados, que aprenderam  e  ensinaram, errando e aprendendo com os próprios erros, dando o seu melhor  para  serem felizes.

 Os mistérios da morte são semelhantes aos mistérios da vida. Pensando bem, assim como não  sabemos  realmente nada que nos acontecerá após a morte, a não ser por leitura,  não sabemos o que poderá nos acontecer a partir do momento que acordamos até dormir de novo. É um mistério  do dormir ao acordar, se acordarmos.  As coisas vão acontecendo  e nem sempre é conforme programamos, pois contamos com muitas interferências durante o caminho que nada nos garante, pois vivemos com a possibilidade da morte. Portanto, a vida é tão misteriosa quanto a morte, mas, obviamente, viver é um mistério muito mais interessante, um mistério precioso.

 Não creio que viemos aqui para pagar pecados, mas creio que nascemos e renascemos para continuar histórias interrompidas, num novo corpo e mesmo espírito. E assim, vivemos estágios na terra e estágios em outro plano;  nessas idas e vindas, vamos reencontrando pessoas com quem já estivemos em estágios passados para com elas, de alguma forma,  trocar muito e aprender a melhor forma de viver e  procurar entender mais que julgar, adquirir sabedoria  para não ficara esperando receber  para só então começar a se doar.

Considerando a preciosidade desse respirar, que fazemos sem pensar, nada  melhor que privilegiar a vida e  harmonizar corpo e alma para poder despertar sempre o melhor do outro e viver muitas histórias, das mais comuns às mais envolventes. Quando partimos, nosso espírito levará também lembranças de lugares que nos marcaram, de pessoas  inesquecíveis e emoções vividas.

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Ceiça Monteiro

Ceiça Monteiro - Acredito na força do pensamento e no poder das palavras, que precisam ser positivas para que nos tornemos mais iluminados.

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