Felicidade é escolha nossa, podendo fazer dela nossa companheira, ou somente permitir que esteja presente vez ou outra, ou ainda imaginá-la num tempo bem mais a frente, quando a vinculamos a projetos grandiosos. Muitos poderiam experimentar mais vêzes esse sentimento, se vibrassem com as pequenas causas vencidas durante o percurso diário até vencer a grande batalha, mas o fato é que se concentram tanto em algo programado e distante, que perdem a chance de viver pequenas porções de felicidade vindas durante o trajeto traçado para a felicidade maior programada. É o que escolhemos para nós, viver felizes pelo máximo de tempo possível ou programar a felicidade para acontecer em grandes atos.
A felicidade está mais presente na vida dos que acordam valorizando pequenas possibilidades, com olhar otimista, gestos solidários, atentos a pequenos detalhes do dia-a-dia, aproveitando momentos de alegria, ainda que pequenos. São pessoas que vibram e se emocionam no seu cotidiano, sem precisar de muitas fantasias e adereços para se sentirem felizes. Enquanto isso, trabalham para suas conquistas e para que outros momentos especiais façam sempre parte das suas vidas. Escolhem estar abertos às alegrias diárias a ficar centrado numa felicidade que virá através de algo que acontecerá muito lá na frente e dependerá de muito suor e às vêzes nem acontecerá. Essas pessoas não se fecham ao presente e mantêm sempre o olhar atento, mantendo corpo e alma em harmonia para viver tudo que é possível, aproveitando cada minuto para sentir emoções e viver suas histórias.
A felicidade não se vincula somente a realizações envolvendo finanças ou bens. É um estado de espírito e podemos nos sentir felizes através de recordações, nos encontros casuais, e está principalmente condicionada ao nosso olhar a tudo que passa por nós e que podem nos satisfazer a alma e acalentar o coração. Tudo depende do nosso olhar em relação ao vemos e valorizamos, como o por- do-sol, uma criança, um animal, palavras de afeto, um ato solidário. Se felicidade dependesse somente de coisas materiais, de cifras, os financeiramente bem situados viveriam eternamente felizes.
O dinheiro tem o poder de movimentar a vida dos seres na realização de projetos, o que gera muita satisfação pela facilidade que ele traz e pelo poder que se passa a ter com ele, mas não determina a felicidade, pois essa vale peso de ouro, mas não tem ouro que a compre. É sempre melhor negociada por vias sentimentais, vinda de ações, comportamentos e atitudes que mereçam menção e, antes de tudo, é preciso um olhar especial e sensibilidade para percebê-la nos pequenos prazeres, pequenos gestos e palavras que transformam dias comuns em dias especiais.
A felicidade tem muitos formatos para atender a todos os anseios. Há pessoas que vivem felizes lutando para vencer os desafios; e sempre que um desafio é vencido, esses seres, particularmente, partem para outras metas, pois só se sentem vivos em contínuo movimento, realizando, concluindo e começando algo novo. São pessoas que precisam de luta para vibrar com a vida. Por isso, engatilham mais de um sonho para realizar e estão sempre pensando nas alternativas. Não é a luta pela felicidade propriamente dita. É a felicidade que a luta lhes traz.
Há, infelizmente, os que põem a felicidade nas mãos alheias, dependendo de outros para se sentirem felizes. Não têm vida nem interesses próprios, faltando capacidade para pensar no seu prazer, nas suas alegrias, se não vierem através de outros, pois não olham para si e não se veem como o principal protagonista da sua história.
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