O que mais deve confortar aqueles que partem é saber que algo mais somou na trajetória, além de bens materiais. É saber que sentimentos foram bem alimentados, que foram capazes de amar e ser amados, que se aconchegaram nos corações dos seus e foram também cativados, que aprenderam e ensinaram, errando e aprendendo com os próprios erros, dando o seu melhor para serem felizes.
Os mistérios da morte são semelhantes aos mistérios da vida. Pensando bem, assim como não sabemos realmente nada que nos acontecerá após a morte, a não ser por leitura, não sabemos o que poderá nos acontecer a partir do momento que acordamos até dormir de novo. É um mistério do dormir ao acordar, se acordarmos. As coisas vão acontecendo e nem sempre é conforme programamos, pois contamos com muitas interferências durante o caminho que nada nos garante, pois vivemos com a possibilidade da morte. Portanto, a vida é tão misteriosa quanto a morte, mas, obviamente, viver é um mistério muito mais interessante, um mistério precioso.
Não creio que viemos aqui para pagar pecados, mas creio que nascemos e renascemos para continuar histórias interrompidas, num novo corpo e mesmo espírito. E assim, vivemos estágios na terra e estágios em outro plano; nessas idas e vindas, vamos reencontrando pessoas com quem já estivemos em estágios passados para com elas, de alguma forma, trocar muito e aprender a melhor forma de viver e procurar entender mais que julgar, adquirir sabedoria para não ficara esperando receber para só então começar a se doar.
Considerando a preciosidade desse respirar, que fazemos sem pensar, nada melhor que privilegiar a vida e harmonizar corpo e alma para poder despertar sempre o melhor do outro e viver muitas histórias, das mais comuns às mais envolventes. Quando partimos, nosso espírito levará também lembranças de lugares que nos marcaram, de pessoas inesquecíveis e emoções vividas.
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