O silêncio se move dentro de nós tentando direcionar nossos pensamentos, para ouvirmos a sua voz, pois raramente estamos a fim de conversar com ele. Quando não lhe damos espaço, vez ou outra mesmo sem permissão, o Silêncio nos invade e se instala bem profundamente para dissertar sobre a vida e suas passagens e tudo que muitas vezes não queremos mais saber, embora não consigamos esquecer. Ele nos cerca e nos impõe sua companhia, pois sabe o quanto temos medo de com ele conversar, ouvir sua voz dentro de nós, já que sabe muito sobre nós e não queremos enfrentá-lo.
O silêncio se propõe a nos lembrar das alegrias, das conquistas, das cobranças, das ironias da vida nem sempre bem digeridas e que ainda nos incomoda. Ele é precioso e quer nos fazer refletir mais e aceitá-lo como melhor companheiro e amigo. Ele também nos faz avaliar o quanto é preciso calar para ouvir, por saber que o mal do mundo é falar demais e ouvir de menos. Ele se propõe a nos regenerar, mesmo que nos desestruture em tantos momentos de conversa com ele.
Enquanto mergulhados no silêncio, temos a falsa impressão de que estamos na escuridão, sem respostas que acalmem a alma. Quando, enfim, o abraçamos sem temor, ele nos fala sobre o que mais precisamos ouvir, que é a nossa voz interior, que tentamos apagar dentro de nós. Após nos levar a duros mergulhos para ouvirmos essa voz, o Silêncio nos traz de volta à superfície e começamos a viver dias mais iluminados.
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