O ciúme doentio atribui ao amor a cegueira que ele impõe aos que dele sofrem e faz do amor o culpado maior pelas tristes consequências.
Mata-se por ciúme alegando amor em demasia. Matar em nome do amor é paradoxal, pois amor verdadeiro não mata, não destrói, ao contrário, revigora, regenera, constrói, liberta. Quando se ama realmente, a intenção é viver bem, é compartilhar, é proteger a pessoa que se ama. Quem ama mesmo, se for preciso, mesmo que sofra, se afasta para não magoar nem se magoar mais, deixa o outro livre, não retém, porque não se julga dono de ninguém.
É dificil entender como alguém pode matar quem diz amar, seja por ciúme, ou por qualquer outro motivo. Quando pensa em matar é porque não ama, só pensa no seu amor próprio, se sente dono e se considera com poderes para julgar e condenar, seja por maldade ou por insanidade. Não existe o sentimento de amor em atos assim, é o desamor agindo e tornando a pessoa uma fera ferida pronta para se vingar.
Quem ama cuida, não mata. O amor não delega para matar em seu nome, pois é o sentimento de vida, de esperança, de liberdade, de recuperação, tornando tudo mais iluminado quando ele se faz presente. O amor que mata não é amor, é cegueira, é escuridão, é o inferno queimando na alma daqueles que, em nome do amor, alimentam o ódio e justificam sua própria insanidade de amar.
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