Temos a impressão de que o planeta teve sua rotação interrompida e nos fez parar também. Curioso como a sensação é geral, todos lidando com essa inércia, de acordo com a natureza de cada um. É no isolamento social que as pessoas se unem mais, a generosidade floresce, o carinho se torna essencial, a vida do outro passa a nos interessar mais que antes, porque estamos sentindo exatamente o que o outro sente. O momento está impondo a solidão, não podemos mais ter o outro como de costume e no silêncio ouvimos a nossa voz interior , um encontro com o nosso ser, nossa alma, em conversas profícuas. É hora de pensar para onde devemos ir e o que devemos fazer quando a pandemia passar e a vida voltar ao normal, ou melhor, devemos buscar um novo e melhor jeito de viver daqui para frente.

A verdade é que a terra continua se movendo e o tempo continua passando, nada mudou. A proposta dessa inércia, dessa solidão é promover alguma mudança em cada um de nós, enquanto estamos travados diante de um vírus invisível e perigoso. A lição que aprendemos é que dinheiro não se come, não compra a saúde e tampouco ressuscita os mortos, pobres ou ricos. Estamos numa guerra contra o invisível, que não reconhece o dinheiro como barganha, porque a vida não tem preço.

Só nos resta seguir o recomendado e reconhecer o quanto somos mortalmente frágeis, finitos e pobres diante de calamidades, das forças da natureza, mesmo tendo rios de dinheiro. Seremos sempre cobrados pela falta de amor ao próximo, desrespeito à natureza e por todas as violações das leis universais.

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Ceiça Monteiro

Ceiça Monteiro - Acredito na força do pensamento e no poder das palavras, que precisam ser positivas para que nos tornemos mais iluminados.

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