Estranho mundo este, com abraços e beijos adiados, afeto antes natural, agora mensurado. Deixamos de compartilhar, esperando algo novo acontecer, um milagre, para que o mundo volte à sua posição normal e ideal, com uma nova base para se mover e, assim, nos moveremos também.
É preciso seguir praticando a inércia necessária para sobreviver, bucando equilíbrio de todas as formas, física, mental, emocional e espiritual. A pandemia exige pouco movimento e interação, uma regra para se manter vivo e não infectar o próximo.
Estamos num trânsito difícil que vem matando muitos sonhos, e embora sejamos gratos, pois estamos vivos, é o que nos resta para viver e aceitar,
Por enquanto, vamos sentindo no íntimo o reboliço desses abraços e beijos, nossos melhores sentimentos que, embora contidos, se movem dentro de nós. Chegará o dia da explosão, quando o sol voltar a brilhar no planeta, quando as máscaras saírem literalmente das nossas faces, para renascermos externando a nossa gratidão. Tudo então será novo, um novo sorriso, um novo pranto, um novo amanhã para celebrar, um novo modo de viver e conviver.
Certamente teremos um novo tempo tão esperado, a liberdade de respirar sem medo, aprendendo que em tempos difíceis, SER é a grande questão, TER é consequência.
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