Assim como vivemos intensamente as alegrias que cada tempo nos proporciona e que normalmente julgamos que merecemos, também não podemos nos furtar de viver as tristezas que, embora indesejavéis, também nos são reservadas, por alguma circunstância da vida, mesmo achando que não as merecemos.
Verdadeiramente, não sabemos bem porque temos que sofrer, já que não é o que pensamos nem buscamos em nenhum momento. A escolha racional e emocional está contida na alegria, nas realizações em muitos atos, em ser feliz e fazer feliz. O que acontece diferente disso é um fardo, quase como um castigo, pois não há escola nem preparação para ser infeliz em nenhum tempo. A diferença é como encaramos esses indesejáveis momentos. Só sabemos como reagiremos quando chegar a hora de experimentar a dor, com diferentes reações, conforme a jeito de ser e a fé que cada um alimenta para se fortalecer em tempos ruins, acreditando que nada dura para sempre, principalmente maus momentos.
A felicidade não precisa marcar hora para chegar, nem precisamos de escola para nos ensinar a esperar por ela. Ela é nossa própria escola mental, pois vivemos pensando nela, imaginando-a através de tantos sonhos, que muitas vezes não conseguimos materializar. Ainda assim, fica o prazer de sonhar e viver esses projetos enquanto sonhos e sabemos alimentar a sensação de felicidade enquanto ela não vem, as alegrias que queremos ter. É mais fácil sonhar colorido e se manter na reta para chegar lá.
Neste movimento, ignoramos o sofrimento e esquecemos que também faz parte do pacote oferecido pela vida. Quando chega é enfrentado de forma diferente, podendo ser melhor aceito e transformado em ensinamento por alguns, com saída menos pesarosa. Entretanto, ele levará tantos outros a uma profunda devastação interior. As respostas nunca são as mesmas, com cada pessoa sentindo e reagindo ao que está vivendo, buscando se encontrar para encontrar a saída, ou se encolhendo na escuridão do pesar e perdendo outras chances que o próprio sofrimento concede quando a tempestade passa.
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